Teve, por Unidade mobilizadora, o Regimento de Artilharia Ligeira 1, de Lisboa. Constituído por três Companhias operacionais e uma de comando e serviços - C.ART 738, C.ART 739, C.ART 740 e CCS - desembarcou em Luanda no dia 18 de Janeiro de 1965. Regressou à Metrópole em 1967, aportando ao cais da Rocha do Conde de Óbidos a 9 de Março.


sábado, 30 de maio de 2009

In Memoriam --- 02 - Dr. António Terrinha

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O Dr. António Terrinha com a equipa de futebol do 4º. Grupo de Combate
1ª fila: o "Braga" e o "Maçarico"
2ª. Fila: o Dr. Terrinha, o "Palhaço", o Leite, o Dias e o "Mano"

Em meados de Março de 1965 aterrei, no Aeródromo de Manobra do Toto no fim de uma acidentada viagem – que incluiu dois regressos às pistas de Luanda e uma alteração de rota – Maquela do Zombo antes do Toto. Doença grave retivera-me na Metrópole. O Batalhão embarcara, entretanto e era agora a altura do reencontro ao fim de mais de dois meses passados no hospital. Um jeep esperava para me levar ao quartel, a antiga pousada da localidade, quartel que encontrei sem oficiais operacionais, pois o Capitão Mira, o Palaio e o Augusto andavam em operações e o Barreira encontrava-se no Hospital Militar de Luanda por ter sido ferido em combate. Quem comandava a pequena guarnição restante era, nem mais nem menos, o Dr. António Terrinha, que compensava a sua inabilidade militar com as elevadas qualidades de Homem e de Médico que possuía
Com o à-vontade que o caracterizava, exigiu, logo ali, que deixasse o “sr. doutor” e o tratasse por “tu”, tal como se tivéssemos sido condiscípulos na instrução primária. Era um caso raro de empatia, gerando imediata amizade. Um pouco mais velho do que nós, já casado e pai de família, com uma experiência de vida que, pelo menos eu, ainda não tinha nem imaginava vir a ter tão cedo. Eram circunstâncias que pesavam no respeito e na enorme consideração que todos tínhamos por ele.
De alguns episódios me recordo. Religiosamente, salvo erro às quartas-feiras, ele próprio colocava no nosso prato o comprimido do anti-palúdico (camoprima?), o que, todavia, não impedia que tivéssemos, por vezes, violentos ataques de paludismo; da preocupação com que viveu um episódio de doença do “Palhaço”; da cura da bebedeira do “Bombeiro”; da insistência no treino dos enfermeiros e na adequação do saco de socorros – material do tempo da II Guerra - às características daquela que, então vivíamos; e da preocupação de ensinar, tudo quanto podia, ao Furriel Enfermeiro Veiga, o “Pastilhas”.
Uns meses mais tarde, encontrava-me eu colocado no Mussende e tive de deslocar-me à Companhia, no Calulo. Já nas proximidades desta localidade, ao atravessar uma pequena povoação, dei com um jeep lá parado. Tinham ali levado o Terrinha para consultas. Fez-me uma recepção calorosíssima e convidou-me para almoçar em casa dele – a sua Esposa juntara-se-lhe, já que o Calulo, onde se encontrava então, era zona perfeitamente pacificada. Não resisto a contar que a senhora ficou um pouco atrapalhada sem saber o que me oferecer para almoço, e, com certo constrangimento, acabou por confessar que só tinha, naquele momento, possibilidade de cozer bacalhau. Eu, que já não via bacalhau há não sei quanto tempo, achei, evidentemente, a proposta agradabilíssima. Disse-me ela depois, nunca ter visto ninguém comer, com tanto agrado, um simples prato de bacalhau cozido com batatas.
Quando a CArt se deslocou para o Leste, o Dr. Terrinha, não nos acompanhou. Reencontrámo-lo, mais tarde, na hora do regresso. Chegados à Metrópole, demorei a voltar a vê-lo. Foi só cerca de 1978, se a memória me não atraiçoa, quando, propositadamente, me desloquei a Lisboa para uma consulta sobre dois dos meus filhos. Dedicava-se, então, à investigação na área da hepatite e chegou mesmo a fazer um programa de televisão, de cujo nome me não recordo. Vi-o, algumas poucas vezes mais, em algumas confraternizações do BArt, e a sua presença era sempre motivo de alegria e de muita satisfação. Faleceu, vítima de doença prolongada, salvo erro em 1993, deixando, em todos nós, uma saudade imensa.
VETERANO

1 comentário:

caçador disse...

quero muito agradecer ao ex camara que tirou a foto de m´pala pois passei la 19 meses lugar dezerto mas muito bom na minha época nao tinha mosquitos no acampamento mas m´pozo alé de mosquitos tinha ratos tambem eu dormi lá uma noite mas nao consegui dormir era ruim até falei poxa matem esses ratos nem que seja a tiro mas era muito rato mesmo passavam entre o caibro e as telhas de maiento mas faziam comboio a noite toda e a foto de m´pala esta na tela do meu lepetope e saude a todos fui meu e-mail a g.necho@hotmail.com