Teve, por Unidade mobilizadora, o Regimento de Artilharia Ligeira 1, de Lisboa. Constituído por três Companhias operacionais e uma de comando e serviços - C.ART 738, C.ART 739, C.ART 740 e CCS - desembarcou em Luanda no dia 18 de Janeiro de 1965. Regressou à Metrópole em 1967, aportando ao cais da Rocha do Conde de Óbidos a 9 de Março.


domingo, 28 de fevereiro de 2010

Lucunga - A Água e a Lenha - Recordações para o dia da Confraternização

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Lucunga - 1965
A Equipa da Lenha
Em Lucunga, todos os dias havia uma secção encarregada do fornecimento de água e lenha.

As moradias da localidade, abandonadas pelos seus proprietários depois dos massacres de Março de 1961, constituíam os nossos alojamentos. Isto é, em vez de uma caserna, e de messes de oficiais e de sargentos, havia um conjunto de casas que funcionavam como pequenas casernas, alojando uma secção cada, e duas moradias mais espaçosas, onde se instalou a maioria dos sargentos. Os comandantes de grupo de combate e o alferes-médico, instalaram-se num edifício mais espaçoso, que ficou a funcionar, numa parte como messe de oficias, e noutra como sala de jantar dos sargentos.

Todas estas casas tinham (ou foram instalados mais tarde) depósitos de água no telhado, que tinham que ser enchidos – pelo menos parcialmente – todos os dias.

Além destes, havia ainda a cozinha do rancho geral, bem como o posto médico, que tinham primazia no fornecimento.

A lenha era necessária para a confecção das refeições.

A água era recolhida num riacho que passava a cerca de 5 quilómetros da povoação. Em cada “viagem” enchíamos 8 tambores de 200 litros, cada.

Num dia bom podíamos fazer seis ”viagens”, mas a maior parte das vezes não se faziam mais de cinco.

Alternando com o transporte de água, era preciso também, como acima referi, trazer lenha para a cozinha.

Encontrávamos a lenha ao longo da estrada, ora no sentido Lucunga-Bembe, ora no sentido Lucunga-Damba. A estrada estava ladeada por árvores, cujas folhas constituíam um petisco para as manadas de elefantes que existiam na zona. Para as comerem partiam os ramos com a tromba, deixando-os, depois, caídos no chão, onde os apanhávamos, normalmente, já secos. Apenas tínhamos o trabalho de os cortar para caberem no atrelado.


Lucunga - 1965

Equipa da Água

Habitualmente, duas viagens eram suficientes, mas sendo a distância a percorrer variável, isso condicionava o número de viagens para o riacho. Por isso, havia ocasiões, raras, em que não conseguíamos fornecer água a todas as casas, o que não era muito grave, porque raramente o depósito ficava vazio.

Porém, isso não evitava o descontentamento dos desfavorecidos, que tinham que a racionar, ou que contar com a compreensão dos vizinhos e ir tomar duche nas casas ao lado.

Não havendo - à excepção do posto médico (onde nos abastecíamos de água para beber, depois de filtrada), da cozinha do rancho geral e da cozinha das messes - uma ordem de prioridade no fornecimento, cada comandante de secção distribuía a água discricionariamente. E (não vale a pena vir agora dourar a pílula) a primeira casa a ser fornecida era aquela onde morava o comandante da secção; a seguir, as dos elementos do seu grupo de combate. Depois, a messe de oficiais e a outra casa dos sargentos. A partir daí, dependia muito das simpatias de cada um.

A primeira vez que a minha secção foi encarregada destas tarefas, o meu receio de que fossemos alvos de uma emboscada era grande. Inexperientes, o inimigo podia aproveitar-se da situação. Então, montei a segurança de um e do outro lado do riacho, mantendo-me sempre alerta.

Meses mais tarde, estando de folga, íamos, quatro ou cinco, com a secção encarregada do fornecimento de água, ficando, de forma imprevidente, a nadar até eles voltarem, para regressarmos depois.

No nosso caso, nunca tivemos problemas, mas este tipo de situações resultou mal noutros locais.

Lucunga - 1965
O Banho Arriscado da Equipa da Água

Carlos Fonseca
CArt 738

1 comentário:

Anónimo disse...

bom dia eu nao quiz de maneira nenhuma ofender todos os militares que o seu batalhao saiu de onde o meu saiu nós saimos do ral1 no dia 28 de abril de 1965 fomos os ultimos de farda amarela o senhor pode discordar de mim mas em portugal sempre teve traidores o senhor costa gomes rosa coutinho espinola que nao foi um bom militar e muito menos politico vasco lourenço fora os politicos como alvaro cunhal mario soares e muitos mais o vasco lourenço soube criar associaçao de tal 25 de abril para se benefeciar a si proprio e nao larga o osso teria muito mais para escrever mas eu nem deveria escrever nada pois estou á quase 43 no brasil que foi colonia de portugal e até hoje os brasileiros falam que nós portugueses só viamos roubar o ouro do brasil e qualquer portugues nao gosta de ouvir isso entao mais uma vez lhe digo portugal nunca teve uma boa politica e o senhor sabe muito bem que nós nao perdamos a querra para os angolanos eu só falo em angola que foi lá que eu estive nós perdamos sim para china onu e todos os paises que nao queriam ver potugal grande a verdade a essa e batalhamos contra esses paises todos durante 14 anos á e contra o pcp e ps a tudo igual mas em 25 de abril teve militar bom jaime neves o nosso comandente do ral1 em 65 rodriques ele tem outro nome mas nao sei escrever pois só tenho a 4 classe da época e claro teve outros militares muito bons mas foram sendo reformados logo em 30 de abril e ainda prenderam o sr arriaga que portugal teve que pagar a ele 100 contos quem pagou isso o povo portugues meu caro amigo se quiser responder pode responder que esta falando com um portugues de alijó estou velhote
Guilherme Necho - Brasil