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quarta-feira, 31 de março de 2010
In Memoriam --- 06 - Fernando Babo
sexta-feira, 26 de março de 2010
Ainda a Operação Helitransportada. A descrição
Há quase um ano, em Abril de 2009, publicámos aqui a fotografia de uma operação helitransportada de que participou o 4º. Grupo de Combate, algures, no Norte de Angola.
Um dos nossos camaradas da escolta de viaturas tirou-a, a nosso pedido.
Muito recentemente, quando vasculhávamos os nossos arquivos, encontrámos umas quantas fotocópias que, há bastantes anos, nos foram remetidas pelo nosso querido amigo, o ex-Furriel Salema. Era o seu contributo para um livro, a escrever-se um dia, com a história da CArt 739, livro que nem iniciado foi e que este modesto blogue procura substituir.
Dentre as referidas fotocópias encontrámos umas quantas que foram extraídas do livro “Nas Três Frentes Durante Três Meses”, da autoria do jornalista do “Diário de Notícias” Martinho Simões. Relata, o autor, uma operação helitransportada, a que assistiu na companhia do, então, comandante-chefe das Forças Armadas em Angola, general Andrade e Silva.
Damos a palavra ao jornalista.
“As forças de assalto actuaram em perfeita segurança, beneficiando da acção do dispositivo da quadrícula, que organizara a contenção: um anel destinado a impedir a fuga dos terroristas; outro para evitar o seu reforço.
Viu, também, o jornalista a extraordinária eficácia dos helicópteros – instrumentos indispensáveis para este tipo de luta. A surpresa, a rapidez de colocação das tropas, a frescura dos combatentes são elementos essenciais para se alcançar o êxito, quando as dificuldades do terreno e as distâncias favorecem o inimigo. Eles são, na verdade, fundamentais para a obtenção de uma surpresa sem a qual esse êxito é muito aleatório e difícil de conseguir.
- Chegada à base temporária
Muito cedo, um «Nord» descolou da Base Aérea de Luanda, rumo ao Norte.
A bordo, o general Andrade e Silva, os generais Soares Pereira e Almeida Viana, os brigadeiros José Vitoriano e Reis; o tenente-coronel Rangel de Lima; e o jornalista.
Algures, no Norte, o bimotor aterrou. Na placa de estacionamento, os helicópteros aguardavam.
Imediatamente, sem perda de um segundo, o general Andrade e Silva inteirou-se do modo como se iniciara a operação, para verificar se a execução estava de acordo com o planeamento antecipadamente aprovado.
Os helicópteros rolaram para a pista e subiram na vertical.
Por dois deles, visando razões de segurança, se distribuíram os oficiais generais. Acompanhei o comandante-chefe.
A rasar o solo, confundindo-se com a vegetação e os tons cinzento-acastanhados da superfície, os aparelhos dissimulavam-se através das linhas dos vales. Depois, flectiram, bruscamente, para a esquerda.
Poucos minutos volvidos, a base temporária estava a nossos pés, as viaturas alinhadas e as forças preparadas para a acção.
Poisámos.
- O ataque principia
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As pás dos helicópteros giravam, na iminência da descolagem.
As equipas de combate correram para os aparelhos, vultos mal delineados na sombria agitação dos asfixiantes turbilhões de terra e plantas, que confundiam os contornos das coisas.
A primeira onda de ataque perdeu-se no horizonte. Ao ruído dos motores sucedeu a reconfortante acalmia do silêncio da espera.
Por escassos minutos, todavia, Os helicópteros regressavam e tornavam a partir. E outra e outra vez, até que, na base temporária, apenas ficassem as viaturas e os soldados que as guardavam.
- Na «zona de morte»
Como os combatentes, também nós voávamos ao encontro do inimigo.
Entrámos na «zona de morte» e o general Andrade e Silva mandou que a altitude fosse diminuída para menos de vinte metros: queria que o jornalista se apercebesse, com nitidez, da acção, que se desenrolava lá em baixo.
Distingui os homens da primeira arrancada estendidos no solo, ao abrigo de pedras ou de simples arbustos, protegendo os camaradas que chegavam.
Os helicópteros nem tocavam no terreno. Vinham de súbito e os atacantes saltavam, de três ou quatro metros. Corriam agachados e tomavam posições.
Do ponto de desembarque, a manobra desenvolvia-se como uma estrela que vai alargando as pontas. Os soldados exploravam o terreno e, cuidadosamente, progrediam em pequenos lanços.
A azáfama da guerra estava perante mim. Uma azáfama perfeitamente ordenada e controlada, cada oficial ou soldado consciente da sua missão, os mínimos gestos produto de um longo treino, qualquer movimento resultante da reflexão e do estudo.
A Arte de Combater apresentava-se na sua mais pura expressão e o quadro revestia-se de uma terrível beleza.
Circulámos demoradamente, antes de nos afastarmos em direcção às outras áreas da operação.
O planeamento cumpria-se em todos os pormenores. Não havia uma falha, uma hesitação. Os homens, as armas e as máquinas faziam um todo homogéneo, que significava, para o inimigo, a derrota inevitável."
(Com a devida vénia)
quinta-feira, 11 de março de 2010
CONFRATERNIZAÇÃO 2010 - A Juventude dos Indefectíveis...
segunda-feira, 8 de março de 2010
CONFRATERNIZAÇÃO 2010
À chegada...
Anteontem, Sábado dia 6, reuniram-se num restaurante de Couto de Esteves – uma Freguesia do Concelho de Sever do Vouga – 97 ex-combatentes do Batalhão de Artilharia
Alguns camaradas, com cuja presença contávamos, não puderam comparecer. Nuns casos, razões de saúde própria ou de familiares próximos, noutros, em virtude da distância a percorrer ser já excessiva, tendo sobretudo em conta a idade que, todos nós, vamos tendo e, noutros casos ainda, devido à previsão de mau tempo que, pelo menos localmente, se concretizou em frio, vento forte e alguma chuva, como foi o caso do Cel Morna – um dos ex-comandantes da CArt 739 - que viajaria da sua Madeira natal e que se viu obrigado a desistir da passagem que tinha já adquirido.
A confraternização iniciou-se às 11 horas com a Missa “In Memoriam”, rezada pelo Pároco da localidade, o Pe António Cabeço, que soube muito bem interpretar o sentido da celebração, traduzindo-o numa participada homilia.
Seguiram-se o repasto, as fotografias individuais e de grupo, o “bailarico” muito animado, o lanche para confortar os estômagos durante a viagem de regresso e, por fim, a distribuição do bolo comemorativo, acompanhado de bom espumante.
Aproveitámos os momentos finais do convívio, para transmitir algumas notícias – sobretudo os cumprimentos de muitos camaradas ausentes, mas presentes em espírito – e, também, para nos recolhermos num momento de silêncio pelos camaradas falecidos. A finalizar, cantaram-se os “Parabéns” pelo 43º. aniversário do nosso regresso.
A reunião foi-se desfazendo a pouco e pouco, com promessas mútuas de reencontro, daqui por um ano!