Um aspecto da "Sanzala Velha", o passeio da tropa, aos Domingos
A História de Humanidade é uma cronologia de conflitos. De início, pequenos grupos e, mais tarde, grandes exércitos, normalmente liderados por gente sedenta de poder e de riqueza, procuravam dominar-se uns aos outros. Multidões movimentavam-se de um lado para o outro, transformando-se, pela necessidade da conquista, em exércitos, não somente compostos por combatentes mas por um conjunto de heterogéneo de pessoas, onde as suas próprias famílias estavam incluídas.
À medida que estas multidões se foram especializando em exércitos de mercenários, nem por isso deixaram de ser acompanhados por um número importante de negociantes, artificies e vivandeiras (muitas vezes as próprias familiares dos comerciantes) que, entre outros negócios, exerciam também o da prostituição.
A prostituição, que sempre acompanhou os exércitos, criava problemas às altas chefias, devido, sobretudo, às numerosas doenças que propagava, a ponto de, muitas vezes, tornar inoperacionais unidades inteiras. Se, por um lado, a acalmia sexual proporcionada era benéfica para a moral do grupo, por outro, o inconveniente atrás referido tinha efeitos negativos sobre a capacidade bélica.
Muitos exércitos criaram, recorrendo sobretudo – mas nem sempre - às habitantes das regiões ocupadas, bordeis para militares, procurando gerir da melhor maneira aqueles aspectos. De qualquer modo, como é timbre da tropa, a iniciativa individual com mais ou menos risco e com mais ou menos êxito, lá ia resolvendo a questão.
Helena, a "amiga" dos militares, aqui numa festa tradicional!
A nossa Guerra do Ultramar não foi excepção. No Norte, onde as populações regressadas reorganizaram a sua vida junto dos aquartelamentos, não era para admirar que se estabelecessem relações de maior proximidade entre a tropa e a população. No Tôto, por exemplo, era ver, ao Domingo, toda aquela tropa de “ponto-em-branco” a passear pela sanzala velha…
O Tôto tinha, porém, uma particularidade que era a de receber, com determinada periodicidade, um grupo de mulheres, umas naturais da Província e outras, metropolitanas, que se instalava num alojamento alugado ao feitor do Sr. Cid Adão, proprietário da fazenda local. Depois…era o corrupio daqueles militares que, à custa de algum sacrifício nas “cucas” e “nocais”, tinham juntado o suficiente para o “affair”.
Algumas das visitantes eram particularmente bonitas e deixaram marcas no coração de alguns militares. Elas, pelo seu lado e em muitos casos, também não foram insensíveis à juventude daquela tropa!
Um belo dia a Elena apresenta-se no posto de socorros com dificuldades de saúde...No Toto claro!...Então o furriel Enfermeiro Monteiro da companhia 1494 verificando o caso da dita senhora deu-lhe uma bisnaga de pomada para a senhora se tratar diariamente...QUEM NÃO CONHECEU A lENA NO TOTO?
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