Teve, por Unidade mobilizadora, o Regimento de Artilharia Ligeira 1, de Lisboa. Constituído por três Companhias operacionais e uma de comando e serviços - C.ART 738, C.ART 739, C.ART 740 e CCS - desembarcou em Luanda no dia 18 de Janeiro de 1965. Regressou à Metrópole em 1967, aportando ao cais da Rocha do Conde de Óbidos a 9 de Março.


domingo, 30 de agosto de 2009

O Batalhão - Álbum de Fotos - C.Art 739

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Cap Art Fernando José de Almeida Mira
Alf Mil Med António Francisco Marques Terrinha

Alf Mil Inf Guilherme Silvério Barreira
Alf Mil Inf Eduardo Augusto Rodrigues Palaio

Alf Mil Inf António Alves Augusto
Alf Mil Inf Joaquim Manuel da Silva Pereira

sábado, 22 de agosto de 2009

In Memoriam --- 03 - Segundo Sargento Fernando Canhão Santa

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Algures no Norte de Angola - 1965
4º. G.C. da C.Art 739 - Secção Santa
1º.Cabo Manuel Pereira,o"Bigodes", Leite, "Maçarico", Al Mil Inf Silva Pereira, Almeida, Teixeira,o "Arouca" e 2º.Sarg Art Fernando Santa


O Santa foi um dos Sargentos que foi encaminhado para o meu 4º. Pelotão, também chamado Pelotão de Acompanhamento, na altura da mobilização do B.Art 741. Militar de profissão, um pouco mais velho do que nós, já com família constituída, via-se, agora, na contingência de se adaptar a uma nova formação militar, por força das características da Guerra do Ultramar.
Os pelotões de acompanhamento das companhias tinham por missão, entre outras, a instrução de armamento pesado (metralhadora pesada, morteiro de 60 e de 80 e lança-granadas foguete, vulgarmente conhecido por “bazooka”) sem prejuízo, evidentemente, do normal treino de infantaria.
O Santa era, como disse, militar de carreira, na altura Segundo Sargento e pertencia à Arma de Artilharia. Aproveitando os seus conhecimentos, atribuí-lhe o comando da Secção de Morteiros, comando esse que ele desempenhou de modo empenhado e altamente eficaz.
Já em Angola, continuou a fazer parte do, agora, designado 4º. Grupo de Combate e, apesar das dificuldades que deveria ter – como disse atrás era uns anos mais velho e, também, um pouco mais gordo – nunca se furtou ao cumprimento do seu dever e foi sempre exemplo a ser seguido. Os seus soldados estimavam-no particularmente e ele retribuía a estima de uma maneira quase paternal.
Dos vários episódios de que me lembro recordarei este, paradigmático da consideração que os soldados lhe votavam. Normalmente, quando um G.C. patrulhava determinada área (na época utilizava-se o termo “nomadizar”) a operação durava, normalmente, vários dias. Quando, à noite, nos preparávamos para dormir, aproveitando o cimo de um pequeno monte com bom campo de tiro, as três Secções e o Comando colocavam-se nos vértices de um dispositivo em quadrado. Os vértices ficavam relativamente afastados uns dos outros, tornando-se necessárias quatro sentinelas, uma por Secção. Todos faziam a sua hora, tirada à sorte. E quando digo todos, eu próprio e também os Sargentos, estávamos incluídos. A determinada altura, apercebi-me de que os soldados do Santa o não acordavam para o seu turno, mas, obviamente, fiz vista grossa. Era já qualquer coisa mais do que a (in)disciplina militar. Falava ali mais alto, a consideração e a estima que todos aqueles homens tinham por ele.
Quando regressámos, o Santa permaneceu ainda um mês em Angola, para o espólio do Batalhão. Apenas o vi uma única vez mais, mas a história desse encontro merece ser contada. Aconteceu no RAP 2 (Regimento de Artilharia Pesada 2) na Serra do Pilar, em Vila Nova de Gaia. O Martins, amigo comum e antigo Furriel da Companhia, contactou-me, um dia, informando-me de que o Santa se encontrava mobilizado por aquele Regimento. Como trabalhava na “baixa” do Porto, chegadas as seis horas da tarde, atravessei a Ponte de D. Luis e dirigi-me ao Quartel. À Porta de Armas disse ao que vinha e uma praça acompanhou-me até às instalações da Companhia, cujos soldados, naquele momento, se encontravam em formatura. À sua frente arengava o Santa, já Primeiro-Sargento. Alertado para a minha presença, interrompeu imediatamente o discurso, quase correu ao meu encontro e abraçou-me emocionadíssimo, repetindo, perante o pasmo daquela centena de homens: Oh meu rico alferes! Oh meu rico alferes! Entregou o comando a um subalterno, e conduziu-me à messe onde cavaqueámos até às tantas.
O Santa faleceu em 2001. Soube-o, apenas, aquando da preparação da confraternização de 2003 por um telefonema da emocionada viúva, solicitando o fim do envio da habitual carta-convite.

Mussende - 1966
Os Sargentos do 4º. G.C. da C.Art 739 e uma visita

Fur Mil Inf João Mouga, Fur Mil Inf Carlos Ventura, Fur Mil Inf Trindade (do 3º. G.C.) e o 2º. Sarg Art Fernando Santa

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Tôto - A Nova Sanzala !

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Tôto
A Nova Sanzala

A ideia foi do Cap Art. Fernando Mira, o primeiro dos quatro Comandantes de Companhia que teve a C.Art 739. Na altura da decisão não me encontrava presente (como já disse, noutro postal, fiquei retido, na Metrópole, por motivo de doença grave) e quando me juntei à Companhia vim a saber que, ao Alf Mil Inf. Eduardo Palaio fora atribuída a tarefa de dirigir a construção de uma nova sanzala, uma espécie de bairro social, que permitiria uma substancial melhoria da qualidade de vida da população residente.

A ideia tinha alguma complexidade. Não se pretendia oferecer as casas gratuitamente. Entendia-se necessário que, quem viesse a recebê-las, as obtivesse com algum esforço. Falou-se, tanto quanto sei, com o chefe da aldeia, gerou-se algum entusiasmo e iniciaram-se os trabalhos.

O financiamento da acção foi obtido através da criação de uma enorme “lavra”. Na base do pequeno monte onde se previa levantar o novo aldeamento, corria um riacho, nas margens do qual, em terreno muitíssimo fértil, se procedeu, sob a orientação de alguns soldados, aos trabalhos de sementeira e plantação de “frescos” destinados, sobretudo ao consumo do quartel. O terreno foi dividido em talhões que foram atribuídos a todos quantos se mostraram interessados nas futuras habitações. Os “frescos” excedentes do consumo próprio, eram vendidos ao exército, que os pagava a preços correntes, daí resultando as verbas necessárias à aquisição da madeira para janelas e portas, de vidros, de chapa ondulada para a cobertura e demais materiais impossíveis de obter localmente. As paredes eram de adobe que os habitantes se ocupavam em fabricar. Todo o restante trabalho era feito por soldados, cujas profissões civis estavam ligadas à área da construção, e que eram dispensados do serviço operacional. A Companhia fez deslocar a Carmona, alguns carpinteiros para os trabalhos da sua arte.

Entretanto o Cap Art. Fernando Mira foi promovido a Major e transferido para outra Unidade (a despedida que a população lhe fez foi comovente. Referirei o assunto noutra oportunidade). Foi substituído pelo Cap Inf. Ramiro M. Nascimento que se entusiasmou com o projecto e lhe deu novo impulso. Pouco tempo depois era inaugurada, com pompa e circunstância – esteve presente o Ten Cel. Cabrita Gil, Comandante do Batalhão e foi benzida pelo Capelão da Força Aérea que, habitualmente, lá vinha rezar a missa dominical e de cujo nome me não recordo - a nova sanzala do Tôto.
O Ten Cel Cabrita Gil, discursando...
Ao lado: Alf Mil Inf. Eduardo Palaio e Cap Inf. Ramiro M Nascimento
O Alf Mil Inf. Eduardo Palaio, discursando...
Do lado direito, de branco, o Capelão da Força Aérea que procedeu à cerimónia da benção
VETERANO