Teve, por Unidade mobilizadora, o Regimento de Artilharia Ligeira 1, de Lisboa. Constituído por três Companhias operacionais e uma de comando e serviços - C.ART 738, C.ART 739, C.ART 740 e CCS - desembarcou em Luanda no dia 18 de Janeiro de 1965. Regressou à Metrópole em 1967, aportando ao cais da Rocha do Conde de Óbidos a 9 de Março.


sexta-feira, 3 de maio de 2013

In Memoriam - António Ramalho Pedro Serrador

Faleceu, no passado dia 13 de Abril, o Serrador, que foi Furriel Miliciano Mecânico da CArt 739. A triste notícia foi-me comunicada pelo AlfMilSap António Relvas, ambos residentes no Distrito de Coimbra.

Somente conheci o Serrador quando cheguei ao Tôto. Como especialista que era, chegara ao Batalhão apenas aquando da I.A.O., juntamente com as praças que compunham a sua equipa (condutores, mecânicos, desempanadores, etc.). E, como já tenho referido, a I.A.O. decorreu no período em que estive internado no Hospital Militar do Porto.

Foi o Furriel especialista com quem melhor me relacionei. Não necessariamente por razões  que tivessem a ver com as respectivas actividades, mas pelo facto trivial de lhe ter sido distribuído um quarto, junto à Porta de Armas, onde, além dele e salvo erro, dormiam também mais dois Furriéis, um dos quais, o Ventura, que era do meu Grupo de Combate. O Ventura, de quem, aliás, o Serrador se tornou muito amigo. passou alguns meses em extrema depressão. Durante esse tempo, o Serrador suportou, com paciência única o constante mau-humor do Ventura, os seus achaques de desespero e de desesperança. Foi um grande e belo exemplo de amizade e de camaradagem!

Recordo que, quando nos deslocámos para o Centro, foi com o meu Pelotão ao Mussende receber o material auto, e isto depois de uma estafante viagem que culminou, ainda nesse dia - ou, melhor, noite e já adiantada... - com o regresso ao Calulo.

Desmobilizados, passaram-se muitos anos até voltar a vê-lo. Nas minhas andanças a estabelecer contactos para a organização das confraternizações, fui descobri-lo  num  pequena terra, ali, entre Coimbra e a Figueira da Foz. Consegui arrastá-lo para a confraternização do ano seguinte, com a promessa de fazê-lo encontrar-se com o seu velho amigo Ventura, que ele nunca mais vira desde que desembarcara. E assim aconteceu, num comovente encontro de velhos camaradas.

Após algumas presenças anuais, deixou de comparecer, apesar da omnipresente carta-convite que nunca deixei de enviar.

Deus lhe dê o Eterno Descanso!
VETERANO