O Ramos era Furriel do 3º. Grupo de Combate, mas participou de algumas operações em que o 4º. Grupo esteve envolvido. A foto deste postal é, exactamente, de uma dessas ocasiões.
A determinada altura da nossa estadia no Norte, o meu Furriel Carlos Ventura atravessou um período de doença relativamente prolongado. Definhou a olhos vistos e mal se aguentava em pé. Tudo, cremos, fruto do excessivo trabalho a que o Grupo vinha sendo sujeito. O Ventura, não aguentou e foi, física e psicologicamente, abaixo.
Não sendo razoável a realização de operações militares com apenas um Sargento, pois, entretanto, já dispensara um outro, o Cap Art Fernando Mira entendeu transferir para o meu GC o Carlos Ramos, por algum tempo e na expectativa da recuperação do Ventura.
Não foi, pois, uma colaboração prolongada, mas foi uma colaboração leal, e eficaz. O Ramos comandava bem e ganhou rapidamente o respeito e a estima da sua (nova) Secção, o que, naquelas condições, é extremamente importante. Regressou, algum tempo depois, à sua anterior situação e nela permaneceu até ao fim da comissão.
Foi, porém, mais no Porto e após o regresso, que mantivemos contactos mais frequentes e se estreitou a amizade. O Ramos, que era professor, enquanto não foi novamente colocado, trabalhou como instrutor de condução, numa escola da “baixa” do Porto. Ele próprio me contactou, pois sabia do meu local de trabalho, passando a encontrarmo-nos, com frequência, nos cafés da “baixa”. Quando iniciei a organização de convívios, ele foi um dos primeiros aderentes e deles sempre participou até ao dia em que foi colocado no Algarve, deixando-me, aquando da despedida, uma morada de Tavira.
Nunca mais nos encontrámos e, há já alguns anos, recebi, devolvida, a carta-convite para uma das confraternizações, com a indicação do seu falecimento. Repeti, apesar de tudo, o envio da carta no ano seguinte, mas a informação, para tristeza nossa, foi a mesma.
VETERANO
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