Teve, por Unidade mobilizadora, o Regimento de Artilharia Ligeira 1, de Lisboa. Constituído por três Companhias operacionais e uma de comando e serviços - C.ART 738, C.ART 739, C.ART 740 e CCS - desembarcou em Luanda no dia 18 de Janeiro de 1965. Regressou à Metrópole em 1967, aportando ao cais da Rocha do Conde de Óbidos a 9 de Março.


sábado, 27 de abril de 2013

CCS - Pelotão de Reconhecimento de Infantaria

Uns poucos dias antes da última confraternização do BArt 741 recebi um mail do Cel. Nuno Anselmo, remetendo-me a digitalização de um documento extraordinariamente interessante: uma ordem de operações dada por aquele Camarada - na altura, um jovem Alferes de Artilharia - ao pessoal que constituía o seu Pelotão de Reconhecimento de Infantaria.

Como, por aqueles dias, andava muito ocupado com a organização da confraternização, prometi publicar o documento na primeira oportunidade que viesse, posteriormente, a ter.

Chegou hoje esse dia.

Deixemos, agora, a palavra ao Cel Nuno Anselmo:
Este documento diz respeito, talvez a uma das primeiras operações que o PELREC fez dos primeiros dias - 2MAR65 - ( curiosamente faz amanhã 48 anos ) e para a qual recebeu uma missão concreta - Montar uma emboscada na noite de 2/3 MAR65 e fazer reconhecimento apeado na margem sul do rio Loge.
Algumas vezes recebi a missão de ir a um determinado local fazer um reconhecimento apeado e o mesmo local era indicado colocando a mão aberta em cima de uma carta na brilhante escala de 1 / 250.000 !!! Também diga-se de passagem, as informações que tínhamos não permitiam outra indicação mais concreta.Alguém tinha visto num reconhecimento aéreo umas cubatas e lavras para aqueles lados...
Enfim como diria alguém : “ Malhas que o Império tece “.
Uma leitura um bocado cuidada do documento ( escrito por mim à mão dado que naquela altura, naquele local e com aquelas condições outra coisa não era possível ), pode dar uma indicação como eram dadas as instruções antes da saída ao pessoal do PelRec. Como já tive ocasião de afirmar em documento anterior que escrevi sobre o nosso saudoso CMDT T.Cor Cabrita Gil, o pouco que aprendi sobre como Comandar pessoal em operações militares, foi em Lamego no curso de Operações Especiais.
Este documento expressa o que me foi ensinado e como transmiti-lo ao pessoal.

Surpreendeu-me o facto do Nuno Anselmo se ter dado ao trabalho de escrever, de modo tão completo e exaustivo, aquela ordem de operações, que, a seguir, reproduzo:
  


Era, de facto assim, que nos ensinavam na Escola Prática de Infantaria. Infelizmente, e no que a mim respeita, os documentos dessa época que, por uma razão ou por outra, decidi conservar quando passei à vida civil, desapareceram-me há já muitos anos, penso eu que roubados de uma casa de campo, onde os tinha guardado. O que o ladrão lucrou com isso, não faço a menor ideia, mas eu perdi um manancial de memórias impossível de reconstituir.  

J. Silva Pereira

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